quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Diretoria da Cooperlotação participa de audiência pública sobre transportes


Audiência pública para discutir a atuação do transporte público vicentino foi realizada na noite de ontem (24), no plenarinho da Câmara Municipal. O encontro reuniu representantes da Cooperlotação, da Comissão de Usuários do Transporte, da Secretaria de Transportes, Vereadores e da sociedade civil.
Num primeiro momento, populares se manifestaram suas observações sobre os serviços oferecidos pelo sistema, além de registrarem suas reclamações e sugestões. O evento, mediado por Izaldina Laerte, da Comissão de Usuários de Transportes, foi um primeiro passo na criação de um Conselho Municipal de Transportes - bandeira levantada por Anderson da Silva, presidente da Cooperlotação, na edição de agosto do Jornal Folha Alternativa.
"Apesar de estarmos em lado diferentes, queremos o mesmo que os usuários querem: um transporte melhor para a cidade. Estamos trabalhando para isso, mas sozinhos não vamos conseguir nada. Precisamos da parceria do poder público e da população para melhorar os serviços oferecidos", disse o presidente da entidade.
Compondo a mesa principal do evento, Anderson respondeu aos questionamentos levantados e apresentou um pouco do trabalho realizado pela Cooperlotação para melhora do sistema.

No encontro, ele enfatizou que dos três milhões de usuários mensais que as lotações transportam, 1,2 milhões são beneficiados com gratuidade. "Temos um número muito elevado de gratuidade, que é totalmente custeado pelos permissionários de lotações. E isso nos difere das demais cidades, nas quais as empresas de transportes recebem subsídios dos governos para transportar gratuitamente as pessoas", revela Anderson.
Ele ainda enfatizou outras diferenças: "Somos o único município da região que conta com transporte público 24 horas e que a cada três minutos conta com uma lotação saindo do ponto final. Apesar desses e de outros benefícios oferecidos, também temos muitos problemas e dificuldades, como o valor do Imposto Sobre Serviços (ISS) que pagamos, que aumentou quase 100% no último ano".
Para dar fim à boa parte dos problemas pontuais do transporte coletivo feito pelas lotações, o diretor apontou algumas das ações que devem ser realizadas já nos próximos meses. O fim das associações de transportes; a criação de um cadastro único para motoristas e cobradores; o incentivo ao uso do  limitador de velocidade e do anjo da guarda; além da implantação de câmeras de segurança dentro das lotações são algumas das propostas apresentadas por ele no evento.
Anderson também falou da criação da uma ouvidoria na cooperativa, na qual o usuário tem um contato direto com os diretores da entidade para fazer suas reclamações e sugestões. Ele ainda revelou que foi aprovado pelos cooperados que profissionais da própria cooperativa fizessem a fiscalização dos serviços nas ruas da cidade.
Izaldina Laerte, aproveitou o ensejo, para enfatizar que cada órgão deve fazer a sua parte para que o transporte público de São Vicente funcione da forma adequada. "Os perueiros não têm a obrigação de assumir responsabilidades que cabem à prefeitura, como as fiscalizações, por exemplo".


Jennifer Pinheiro, usuária do transporte beneficiada com gratuidade, usou da palavra para sugerir que as carteirinhas de gratuidade fossem feitas no padrão EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). Anderson da Silva, da Cooperlotação, concordou com ela e afirmou que isso também é o que a categoria deseja. "Se fosse feitas desta forma, conseguiríamos controlar melhor a gratuidade, oferecendo-a para quem realmente precisa".



Claudio Luiz, também usuário, mostrando aos  presentes uma carteirinha de gratuidade feita em papel disse: "Desta forma que é feita, qualquer pessoa pode ter uma. É só escanear,  colocar a foto e usar. Isso precisa acabar", pediu.


Ronaldo Evangelista, da Setrans, disse que por débitos presentes com a cooperativa, teve que deixar de fazer as carteirinhas eletrônicas e improvisar de papel. Mas garantiu que até nos próximos dias as carteirinhas voltarão a ser confeccionadas pela Cooperlotação, através do sistema eletrônico, que evita fraudes.
Durante uma discussão sobre a possibilidade do fim do sistema atual, o vereador Jura afirmou: "Nem em sonho quero ver as lotações fora do Centro de São Vicente. Foram elas que quebraram o comércio do Centro de Santos e do Gonzaga. Foram elas que fortaleceram o nosso comércio e a nossa economia. Mas quero que ajustes seja feitos para benefício de toda a cidade".
O vereador Perivaldo do Gás, falou sobre a falta de fiscalização na Área Continental " Já solicitei a Setrans que coloque pelo menos um fiscal naquela região, mas ainda não fui atendido", revelou.
Encerrando as discussões, o vereador Alfredo Martins, enfatizou que importância da questão da mobilidade urbana. "Há muito tempo o transporte das lotações é o oficial da cidade e assim deve ser tratada. Acho um erro esse total de isenção de gratuidades oferecidas no município, é algo que a Câmara precisa rever. O tipo de transporte que  queremos ter é a grande questão em nossa cidade", disse.
Izaldina Laerte o desafiou a se responsabilizar por esta questão no legislativo vicentino, solicitando que se juntasse aos demais vereadores presentes, para apresentar um projeto de lei que cria o Conselho Municipal de Transportes.